FICHAMENTO DO LIVRO RAÍZES
DO BRASIL
SÉRGIO BUARQUE DE HOLLANDA
I - FRONTEIRAS DA EUROPA
COLONIZAÇÃO X AMBIENTE |
A
colonização e a implantação da cultura européia em ambiente muitas vezes
desfavorável e hostil, trouxe aos países distantes novas formas de convívio. |
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O
fruto do nosso trabalho ou da nossa preguiça parece participar de um sistema de
evolução próprio de outro clima e de outra paisagem. |
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HIERARQUIA |
O
princípio de hierarquia nunca chegou a importar de modo cabal, entre nós. Toda
hierarquia funda-se necessariamente em privilégios. E a verdade é que, bem antes de
triunfarem no mundo as chamadas idéias revolucionárias, portugueses e espanhóis parecem
ter sentido vivamente a irracionalidade específica, a injustiça social de certos
privilégios, sobretudo dos privilégios hereditários. O prestígio pessoal, independente
do nome herdado, manteve-se continuamente nas épocas mais gloriosas da história das
nações ibéricas. (pp. 6 7) |
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Portugal
salientou, com apoio em ampla documentação, que a nobreza, por maior que fosse a sua
prepoderância em certo tempo, jamais logrou constituir ali uma aristocracia fechada; a
generalização dos mesmos nomes a pessoas das mais diversas condições, não é um fato
novo na sociedade portuguesa (p. 6). |
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ÉTICA RELIGIOSA |
As
teorias negadoras do livre arbítrio foram sempre encaradas com desconfiança e antipatia
pelos espanhóis e portugueses. Nunca se sentiram à vontade em um mundo onde o mérito e
a responsabilidade individuais não encontrassem pleno reconhecimento (p. 6). |
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As
doutrinas que apregoam o livre arbítrio e a responsabilidade pessoal são tudo, menos
favorecedoras da associação entre os homens. Nas nações ibéricas, à falta dessa
racionalização da vida, que experimentam as nações de origem protestantes, o
princípio unificador foi sempre representado pelos governos. Nelas predominou,
incessantemente, o tipo de organização política artificialmente mantida por uma força
exterior, que, nos tempos modernos, encontrou uma das suas formas características nas
ditaduras militares (p. 9). |
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MORAL DO TRABALHO |
Repulsa
em toda moral fundada no culto ao trabalho. O que todos admiram como ideal é uma vida de
grande senhor, sem qualquer esforço ou preocupação. |
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O
trabalho é algo exterior ao indivíduo. |
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Reduzida
capacidade de organização social. |
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Onde
prevaleça uma forma qualquer de moral do trabalho dificilmente faltará a ordem e a
tranqüilidade entre os cidadãos... entre os espanhóis e portugueses, a moral do
trabalho representou sempre fruto exótico (p. 10). |
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Moral
do trabalho Idéia de solidariedade. Onde a Moral do Trabalho fosse efetivada
haveria sempre a idéia de solidariedade. |
II - TRABALHO & AVENTURA
COLONIZAÇÃO DAS TERRAS
TROPICAIS |
Portugal
foram pioneiros na conquista dos trópicos. |
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Condições
para se aventurar à exploração e intensa das terras próprias a linha equinocial. |
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Exploração
se não processou de um empreendimento metódico e racional, mas emanou de uma vontade
construtora e enérgica: fez-se antes com desleixo e certo abandono (p. 12). |
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COLETIVA X AVENTUREIRO |
Dois
princípios que regulam a vida coletiva: o do aventureiro e a do trabalhador. |
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Nas
sociedades rudimentares: coletores e lavradores. |
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Portugal
e Espanha se encaixam no tipo aventureiro. |
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ADAPTAÇÃO |
Os
colonizadores portugueses absorveram rapidamente os costumes locais, da Terra. |
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Tentativa
de recriar o meio de sua origem. Quando não conseguiam se adaptavam. |
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Onde
lhes faltassem o pão de trigo, aprendiam a comer o da terra, e com tal requinte, que a
gente de tratamento só consumia farinha de mandioca fresca, feita no dia. Habituaram-se
também a dormir em redes à maneira dos índios (p. 16). |
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A
casa peninsular, severa e sombria, voltada para dentro, ficou menos circunspecta sob o
novo clima, perdeu um pouco de sua aspereza, ganhando a varanda externa: um acesso para o
mundo de fora (p. 16). |
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LATIFUNDIOS E MONOCULTURA |
Adotadas
depois por outros povos nas colônias situadas nas zonas tropicais. |
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Extensões
de terras férteis e mal desbravadas fez grandes propriedades rurais. |
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Tentativa
frustada do emprego de mão-de-obra indígenas. |
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Introdução
de escravos africanos. |
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O
negro africano como fator obrigatório para o desenvolvimento latifundiário nas coloniais
tropicais. |
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Os
antigos moradores da terra contribuíam para a indústria extrativa, na caça e na pesca e
em determinados ofícios mecânicos e na criação de gados. |
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Não
se acomodavam em trabalhos metódicos e acurado. |
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Atividades
menos sedentárias e que pudessem exercer sem regularidade forçada e sem vigilância e
fiscalização de estranhos. |
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Versáteis
ao extremo eram-lhes inacessíveis certas noções de ordem, constância e exatidão, que
no europeu formam como uma segunda natureza e parecem requisitos fundamentais da
existência social e civil (p. 17). |
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CANA DE AÇUCAR |
Produção
semicapitalista orientada para o consumo externo. |
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Base
de trabalho escravo. |
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Grandes
propriedades |
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AVENTUREIROS |
Português
vinha buscar riqueza que custava ousadia, não riqueza que custava trabalho. A mesma que
tinha alcançado nas índias com as especiarias e metais preciosos. |
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EMPREENDIMENTO COLONIAL |
Não
foi uma civilização agrícola que os portugueses instauraram no Brasil com a lavoura
açucareira.. Não foi, em primeiro lugar, porque a tanto não conduzia o gênio
aventureiro que os trouxe à América; em seguida, por causa da escassez da população do
reino, que permitisse emigração em larga escala de trabalhadores rurais, e finalmente
pela circustância de atividade agrícola não ocupar então, em Portugal, posição de
primeira grandeza (p. 18). |
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MESTIÇAGEM |
Mestiçagem
étnica - Os portugueses, já no tempo do descobrimento do Brasil era um povo de
mestiços. |
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O
Brasil não foi teatro de nenhuma grande novidade. A mistura de gente de cor tinha
começado amplamente na própria metrópole, já antes de 1500, graças ao trabalho de
pretos trazidos das possessões ultramarinas. |
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NEGROS EM PORTUGAL |
A
carta de Clenardo a Latônio (p. 23), revela-nos como pululavam os escravos em Portugal.
Todo serviço era feito por negros e mouros cativos, que não se distinguiam de bestas de
carga, senão na figura. "Estou em crer nota ele que em Lisboa os
escravos e escravas são mais que os portugueses" (p. 23). |
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ACEITAÇÃO DO NEGRO |
O
escravo das minas e das plantações eram simplesmente manaciais de energia, um carvão
humano, que esperava ser substituído na época das indústrias. |
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As
relações iam da dependência do escravo ao de protegido. A influência negra penetrava
no recesso doméstico, agindo como dissolvente de qualquer idéia de separação de castas
ou raças. Essa regra não impedia que tenham existido casos particulares, como a de 1726,
que vedava qualquer mulato, até a quarta geração, o exercício de cargos municipais em
Minas Gerais, tornando tal proibição extensiva aos brancos casados com mulheres negras. |
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CONSEQÜÊNCIAS |
Hipertofria
da lavoura latifundiária na estrutura da economia colonial, com ausência nas demais
atividades produtoras, oposto nas outras colônias, inclusível nas da América espanhola. |
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Falta
da capacidade empreendedora no Brasil. |
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Busca
do lucro fácil. |
III - HERANÇA RURAL
ESTRUTURA COLONIAL
BRASILEIRA |
Estrutura
da sociedade colonial brasileira teve base fora dos meios urbanos. |
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Civilização
de raízes rurais. |
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Abolição,
marco divisor entre duas épocas: passagem da sociedade rural para a urbana (pp.41- 43). |
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Período
Republicano: tentativas de reformas. |
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A
sociedade girava entorno da propriedade rural: patriarcal e individualista. |
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Pátrio
poder era ilimitado. |
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PÚBLICO X PRIVADO |
O
quadro familiar torna-se, assim, tão poderoso e exigente que sua sombra persegue os
indivíduos mesmo fora do recinto doméstico. A entidade privada precede sempre, neles, a
entidade pública (p. 50). |
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O
declínio da lavoura e a vinda da família imperial e depois a Independência transforma a
sociedade e desenvolve os centros urbanos. |
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Ascensão
das atividades liberais, políticas e burocráticas. |
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BURGUESIA URBANA |
Dependência
dos meios urbanos das áreas rurais. |
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Formada
por antigos senhores rurais e seus filhos, com diplomas de bacharéis. |
IV - O SEMEADOR E O
LADRILHADOR
FUNDAÇÃO DAS CIDADES |
A
construção das cidades tinha como objetivo a dominação. |
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Portugal
não cuidou de construir, planejar ou plantar alicerces, .ao contrário da Espanha. |
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O
método português tinha como base as feitorias, por causa da riquezas fáceis a alcance
das mãos. |
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DOMINAÇÃO |
Cidades
como meio local de poder. |
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Colonização
espanhola caracterizou-se largamente pelo que faltou a portuguesa: Assegurar o predomínio
militar, Econômico e Político da metrópole. |
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Portugal
utilizou das feitorias para a defesa das terras coloniais, não havia necessidade de
cidades. Território tipicamente de propriedades rurais. |
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TRAÇADO URBANO |
O
traçado dos centros urbanos na América espanhola denuncia o esforço determinado de
vencer a paisagem agreste. |
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O
plano regular, as linhas retas não nasce como idéia religiosa, mas como triunfo da
aspiração de ordenar e dominar o mundo conquistado. |
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Verificar
regiões saudáveis, abundância de homens velhos e de animais sãos, frutos e mantimentos
sadios, céus claro e benigno, ar puro e suave. |
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Marina
abrigo, profundidade, capacidade de defesa do porto, quando possível o mar não
bater na parte do sul ou do poente. Não escolher lugares demasiados altos, expostos aos
ventos e de acesso difícil, nem baixo, que poderia ser enfermiços, mas uma altura
mediana, descoberto para os ventos do norte e sul. Se houvesse serras, que fosse pela
banda do levante e poente. Caso recaísse a escolha sobre a localidade à beira de um rio,
ficasse ela de modo que, ao sair o sol, desse primeiro na povoação e só depois nas
águas (p. 63). |
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Praça
- seria o local onde começaria a cidade. Quadrilátero 2/3 do cumprimento para que
pudesse correr cavalos em dias de festas. |
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Se a
cidade fosse próximo ao mar: Praça começaria na área de desembarque do porto. |
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Em
zona mediterrânea ao centro da povoação. |
PLANEJAMENTO DA PRAÇA |
A
forma da praça seria de um quadrilátero, cuja largura correspondesse pelo menos a dois
terços do comprimento, de modo que, em dia de festa, nelas pudessem correr cavalos. Em
tamanho, seria proporcional ao número de vizinhos e, tendo-se em conta que as povoações
podem aumentar, não mediria menos de duzentos pés de largura por trezentos de
comprimento e nem mais de oitocentos pés de comprido por quinhentas e trinta e dois de
largo; a mediana e boa proporção seria a de seiscentos pés de comprido por quatrocentos
de largo. A praça servia de base para o traçado das ruas: as quatro principais sairiam
do centro de cada face da praça. De cada ângulos olhassem para os quatro ventos. Nos
lugares frios as ruas deveriam ser largar; estreitas nos lugares quentes. No entanto, onde
houvesse cavalos, o melhor seria que fossem largas (p. 63). |
OBJETIVOS |
Reproduzir
as cidades espanholas nas colônias, como força de dominação. |
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Fugir
do litoral, preferindo as terras do interior e os planaltos. |
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COLONIAS PORTUGUESAS |
Os
jesuítas foram exceções, fizeram planejamento urbano. |
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Os
colonos portugueses não tinha qualquer vontade de fazer o traçado urbano. |
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Caráter
de exploração comercial. Ao contrário dos castelhanos que desejam fazer das cidades
coloniais um prolongamento do seu país. |
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Portugal
simples feitorias. |
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Litorânea
e tropical. |
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UNIVERSIDADES |
1538
Universidade de São Domingos e a de São marcos, em Lima. |
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1551
Salamanca e a da Cidade do México. |
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Vinte
e três universidades, seis de primeira categoria (sem incluir as do México e Lima). |
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Por
esses estabelecimentos passaram, ainda durante a dominação espanhola, dezenas de
milhares de filhos da América que puderam assim, completar seus estudos sem precisar
transpor o Oceano (p. 65). |
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MODELOS |
Colônia
Portuguesa simples lugar de passagem. |
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Espanha
colonização usando modelos da metrópole. |
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Os
portugueses criavam dificuldades as entradas a terra a dentro, tinham receios de despovoar
a marinha. |
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Estimula
ocupar o litoral com as cartas de doações. Junto ao mar ou a rio navegáveis. |
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Somente
com a descoberta de ouro em Minas Gerais é que inicia o fluxo para o interior (p. 68). |
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A
descoberta de ouro e diamante faz Portugal por ordem em sua colônia com o uso da tirania. |
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Portugal
encontrou facilidade para colonizar o litoral, havia uma única família indígena no
litoral, de norte ao sul, falavam o mesmo idioma. |
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Proibição
de produção na colônia que competisse com a metrópole. |
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ESTRANGEIROS |
Portugal
permitia a entrada de estrangeiros a fim de trabalhar, a Espanha não permitia. Somente em
1600, sobre a administração Espanhola, o rei Filipe II ordena a expulsão dos
estrangeiros do Brasil. |
V - O HOMEM CORDIAL
ANTIGONA E CREONTE |
Creontes
encarna a noção abstrata, impessoal da Cidade em luta contra essa realidade concreta e
tangível que é a família. Antígona, sepultando Polinice contra as
ordenações do Estado, atrai sobre si a cólera do irmão, que não age em nome de sua
vontade pessoal, mas da suposta vontade geral dos cidadãos, da pátria... (p. 101).
encarna a noção abstrata, impessoal da Cidade em luta contra essa realidade concreta e
tangível que é a família. Antígona, sepultando Polinice contra as
ordenações do Estado, atrai sobre si a cólera do irmão, que não age em nome de sua
vontade pessoal, mas da suposta vontade geral dos cidadãos, da pátria... (p. 101). |
|
A
estrutura da sociedade pode ser afetada por crises mais ou menos graves, quando a lei
geral suplanta a particular. |
|
|
ANTAGONISMO DE CLASSES |
Foi o
moderno sistema industrial que, separando os empregadores e empregados nos processos de
manufatura e diferenciando cada vez mais suas funções, suprimiu a atmosfera de
intimidade que reinava entre uns e outros e estimulou os antagonismos de classes (p. 102). |
|
A
abolição da velha ordem familiar por outra, em que as instituições e as relações
sociais, fundadas em princípios abstratos, tendem a substituir-se aos laços de afeto e
de sangue (p. 103). |
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LAÇOS FAMILIARES |
As
teorias modernas tendem a separar os indivíduos da comunidade doméstica. |
|
Onde
quer que prospere e assente em bases muito sólidas a idéia de família e
principalmente onde predomina a família de tipo patriarcal tende a ser precária e
a lutar contra fortes restrições a formação e evolução da sociedade... (p. 103). |
|
O
sistema de ensino superior contribuíram para a formação de homens públicos capazes de
viver por si, libertando-se progressivamente dos velhos laços caseiros. |
|
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PATRIARCADO NO BRASIL |
No
Brasil, imperou o tipo primitivo da família patriarcal, o desenvolvimento da
urbanização, que não resulta unicamente do crescimento das cidades, mas também do
crescimento dos meios de comunicação, atraindo áreas rurais para a esfera de
influência das cidades acarreta num desequilíbrio social, cujos efeitos ainda permanecem
vivos (p. 105). |
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A
escolha dos homens que irão exercer funções públicas faz-se de acordo com a confiança
pessoal que merecem os candidatos, e muito menos de acordo com as suas capacidades
próprias (p.106). |
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No
Brasil as funções públicas foram baseados em interesses impessoais. |
O HOMEM CORDIAL BRASILEIRO |
A
hospitalidade, a generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam
representam, com efeito, um traço definido do caráter brasileiro, na medida, ao menos,
em que permanece ativa e fecunda a influência ancestral dos padrões de convívio humano,
informados no meio rural e patriarcal. As virtudes de boas maneiras são de caráter
emotivos extremamente ricos e transbordantes. |
|
O
desconhecimento de qualquer forma de convívio que não seja ditada por uma ética de
fundo emotivo representa um aspecto da vida brasileira que raros estrangeiros chegam a
penetrar com facilidade (p. 109). |
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A
vida íntima dos brasileiros nem é bastante coesa, nem bastante disciplinada para
envolver e dominar toda a sua personalidade integrando-a, como peça consciente, no
conjunto social. Ele é livre, pois, para se abandonar a todo repertório de idéias,
gestos e formas que encontre em seu caminho, assimilando-os freqüentemente sem maiores
dificuldades |
VI - NOVOS TEMPOS
BACHARÉIS |
Raros
são, no Brasil, os médicos, advogados, engenheiros, jornalistas, professores,
funcionários que se limitem a ser homens de sua profissão. |
|
As
academias diplomam centenas de bacharéis que só excepcionalmente farão uso, na vida
prática, dos ensinamentos recebidos. |
|
Exaltação
da personalidade individual através dos títulos acadêmicos. |
|
Uso
privilegiado do título de doutor (pp. 117 - 119). |
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|
POSITIVISTAS |
Os
positivistas foram apenas os exemplares mais característicos de uma raça humana que
prosperou consideravelmente em nosso país, logo este começou a ter consciência de si
(p. 119). |
|
A
ideologia impessoal do liberalismo democrático jamais se naturalizou entre nós. |
|
|
HIERARQUIA |
Horror
a hierarquia. |
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Independência
e conquistas liberais vieram quase de surpresa à grande massa do povo, que recebeu com
displicência, ou hostilidade. |
|
O
culto aos títulos de doutores, anéis e símbolos de hierarquia não corresponde a
realidade popular, é apenas vista como um modo familiar de tratamento e notoridade. |
VII - NOSSA REVOLUÇÃO
REVOLUÇÃO |
Em
1888 foi o momento decisivo de todo o nosso desenvolvimento nacional, é que ap partir
dessa data tinha cessado de funcionar alguns freios tradicionais contra o advento de um
novo estado de coisas, que só então se faz inevitável. |
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RURAL X URBANO |
Transformação
dos centros rurais em centros urbanos. |
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Cultura
ainda permanece ibérica. |
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O
americano ainda não existe. |
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O
declinio dos centros agrários é o fator decisivo da hipertofria urbana. |
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Cidades
ligadas ao meio rural. |
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CAFÉ |
Cafezais
do Oeste paulista, 1840, adquire caráter e modelo da lavoura canavieira. |
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Lavoura
como o único meio de vida. |
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A
fazenda resiste com menos energia à influência urbana, e muitos lavradores ´passam a
residir permanentemente nas cidades (p. 129). |
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As
ferrovias acentuam e facilitam a relação de dependência das áreas rurais e as cidades. |
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ABOLIÇÃO |
É
compreensível que a abolição não tivesse afetado desastrosamente as regiões onde a
cultura do café já preparara assim o terreno para a aceitação de um regime de trabalho
remunerado. Aqui a evolução para o predomínio urbano fez-se rápida e com ela foi
aberto o caminho para uma transformação de grandes proporções (p. 130). |
|
É
freqüente imaginarmos os princípios democráticos e liberais quando, em realidade,
queremos é um personalismo ou contra outro. |
ZONA DE CONFLUÊNCIAS |
1 -
Repulsa dos povos americanos, descendentes dos colonizadores e da população indígena,
por toda hierarquia racional, por qualquer composição da sociedade que se tornasse
obstáculo grave à autonomia do indivíduo; |
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2 - A
impossibilidade de uma resistência eficaz a certas influências novas (por exemplo, do
primado da vida urbana, do cosmopolismo), que, pelos menos até recentemente, foram
aliadas naturais das idéias democrático-liberais; |
|
3 - A
relativa inconsistência dos preconceitos de raça e de cor. |
|
|
CORDIALISMO |
Noção
de bondade natural combina com o nosso cordialismo. |
|
Articulação
entre sentimentos e as construções dogmáticas da democracia liberal. |
HOLLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil.
7 ed. Rio de Janeiro, José Olympo, 1973.
©1999 Marco Bourguignon ©1999
Textus.Textos.Textos
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